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BNDES contribui com estabilidade

Coutinho: o estímulo quase fiscal concedido por meio do BNDES contribui para a alta taxa de crescimento do crédito

Fonte: Valor Econômico

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, rebateu críticas de que o nível recorde de empréstimos do banco está atrapalhando a política monetária e freando a redução da dívida pública.

Coutinho disse que o crédito concedido pelo BNDES ajuda a aumentar o investimento, o que significa mais oferta e uma conciliação entre crescimento e estabilidade de preços.

A afirmação de que os financiamentos do BNDES podem levar a uma taxa Selic mais alta, porque reduzem a eficiência da política monetária, foi feita pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em entrevista exclusiva publicada na edição de ontem do Valor.

"Daqui para a frente, a nossa expectativa é "sharing the burden" (repartição dos encargos) entre o BNDES e o mercado, mas nós precisamos fazer isso de uma maneira gradualista", disse ele. "Se o BNDES se retirar abruptamente, o custo do capital para o investimento vai subir muito."

O volume recorde de financiamentos do BNDES a taxas inferiores às praticadas pelo mercado tem gerado críticas. A Fitch Ratings disse em 28 de junho que a expansão do crédito do banco estatal está pressionando a autoridade monetária.

"A continuidade do estímulo quase fiscal por meio do BNDES está contribuindo para uma alta taxa de crescimento do crédito," Shelly Shetty, chefe da área de crédito soberano da Fitch para a América Latina, escreveu num relatório. Isso está "colocando um peso adicional sobre a política monetária para limitar o excesso de pressões de demanda doméstica e para evitar uma redução mais rápida da carga da dívida total do governo."

Segundo Coutinho, os empréstimos do BNDES têm impacto fiscal positivo porque a receita fiscal gerada pelo aumento da produção é maior que o subsídio das taxas de juros do crédito. O presidente do BNDES descarta um aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 6%.